No próximo sábado (4) o Fluminense recebe o Boca Juniors, pela grande final da Libertadores de 2023. A decisão será no Maracanã, em jogo único. Isso acontece desde 2019, quando o Flamengo se sagrou campeão. A Conmebol resolveu copiar os campeonatos europeus, se espelhando na Champions League. Um erro enorme que só se agrava com o passar do tempo.

Final em sede única só premia os cofres da entidade sul-americana, nada mais. Uma disputa dessa forma cria vários pontos negativos. Apenas um jogo, quando as fases anteriores foram em ida e volta. Afasta o torcedor da grande final, pois a Conmebol coloca o “evento” em um local longe e muitas vezes de difícil acesso. Quem comparece, é a elite ou aqueles que “vendem” o que não tem para ver o time do coração tendo a chance de conquistar a América.

Em 2019, a final entre Flamengo e River Plate seria em Santiago, no Chile. O local precisou ser mudado devido aos protestos que o país enfrentava. A final foi para Lima, no Peru. Em 2020, o Palmeiras foi campeão ao derrotar o Santos no Maracanã. Um palco sem afinidade com os dois clubes. A emoção passou longe.

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— Fluminense F.C. (@FluminenseFC) October 31, 2023

Em 2021, Flamengo e Palmeiras se enfrentaram no Uruguai, em Montevidéu. Outra decisão fria e sem a comoção que a competição sempre teve. Em 2022, o Flamengo derrotou o Athletico em Guayaquil, no Equador. Nova final que afastou o torcedor da festa do título rubro-negro. Os clubes precisam estar mais próximos do torcedor e não o contrário. São eles quem os sustentam. O Futebol sem o torcedor/admirador não existiria.

Em 2023, o “erro” volta a se repetir. A final será novamente no Maraca. O Fluminense pode conquistar o inédito e mais importante título de sua história diante dos seus torcedores. Em teoria, estará em vantagem, pois jogará em casa. Nesse caso, a arquibancada será meio a meio. Problemas, obviamente também tem. Espera-se mais de 50 mil argentinos no Rio de Janeiro e muitos não entrarão no estádio. Brigas e confusões entre as torcidas já aconteceram e vai piorar.

A lição que fica é que ida e volta é mais justo para todos. Cada um joga em sua casa e o melhor nos dois jogos levanta a taça. O que estava ruim, pode piorar. Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, sugeriu que a final de 2024 seja decidida nos EUA. Estão matando a personalidade da principal competição da América do Sul de uma forma muito cruel.

Foto/Capa: Divulgação